quinta-feira, 21 de julho de 2011

NA ESQUINA



Estive na esquina, no entroncamento, por onde passam, se encontram e se perdem em outras esquinas tudo, as pessoas, os carros, os cachorros, os pássaros, o som, as idéias... É nessa esquina, olhando pra todos os lados que fico a me questionar. O que é esse ser, essa palavra: Professor.  Aquele que professa sobre a educação?  Aquele  que reconhece-se enquanto sujeito que tem por dever estar na proa desse barco a gritar o que vem adiante? Seria aquele que fica na sombra de tudo que nos continente do saber, da cultura, dos movimentos sociais e das lutas? Que se esconde na resina do discurso do politicamente correto? Seria esse ser que ancora suas esperanças promissora de novas velas no arpoador da visão reducionista e limitada de mundo e que  não se reconhecendo mais como parte de um coletivo? Ou esse ser, que  precisa sempre estar fazendo a luta, o embate, o questionamento? Precisa sempre estar alimentando essa fogueira, essa roda viva? Dessa esquina, vejo as luzes a piscar, ouço as vozes destoantes, mas preciso ir em frente,  passar por outras esquinas e responder-me, pra entender.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Depois de uma maravilhosa manhã e tarde de contação de histórias, apresentações culturais (danças, músicas, poesias) pinturas artísticas em rosto, tapete de leitura exposições literárias no município de Altamira do Paraná o projeto VIVA A LEITURA VIAJA NESSA sexta-feira, 06 de maio, para a sua oitava itinerância. Irá pousar sua nave de leitura e arte, no município de Nova Cantu. O evento acontecerá nos espaços da Biblioteca Cidadã, Serão realizados atividades de contação histórias, vídeo contação, biblioteca itinerante, tapete de leitura, palco com cerimonial, apresentações artísticas culturais, exposições literárias de artesanatos e artes plásticas, pinturas artísticas em rosto. Esse é núcleo dois de contadores de histórias e da itinerância e agrega cinco municípios, os municípios Nova Cantu, Campina da Lagoa, Ubiratã, Altamira do Paraná e Juranda

quinta-feira, 3 de março de 2011

O FEMININO (MULHER)


MIRAGEM FEMININA

De repente te descubro, estendida na noite, arrastando-te alegre e perfumada, se lançando de amor,
com o céu iluminado pela lua que te serve de leito a vida toda.
Aqui neste espaço infinito te encontro, amante e louca dentro da cidade,
que se levanta a seus pés, recebendo-te porque és assim como o sol, o som dos pássaros já esquecidos, o riso, o rio e a calma presença
da turbulência interior e dos movimentos
ondulados de mar do teu corpo.

A sua permanência neste estado nebuloso,
ilusório, feito nuvem desenhada que o vento apaga, é o motivo  pelo qual  meu coração ainda lateja e teima em lançar  sangue nos meus sonhos.
Tu és tudo que  provoca, incita e cega. Vamos, desfile novamente sua invisível e humilde beleza diante deste ser incerto. Quero o teu sentido.  Orienta-me com o teu sorriso, tua voz, não me deixe perdido diante deste horizonte de existência. Banha com o teu mar novamente as paisagens esquecidas da infância.
Estou na margem, esquecido e esquecendo.  Perguntas cercam o pensamento, e as palavras correm pela língua salivada e muda. Vomito nos corredores de gente o meu grito de ânsia e desespero. Estou só, mesmo cercado de mundos. Estou sem ti, minha bússola, no mar de infinitos desejos,
Arrasta-me  para o fundo dos oceanos.
                  
                                                                   Cícero Souza            

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Do que sou feito

Do que sou feito, sou parte da ignorância do meu pai alcoólatra, mas sou também da firmeza e da verdade, da sabedoria que é minha mãe. Sou parte de um sertão cearense, de tanger cabra, bode, cabritos, de buscar água nos açudes, de subir nas pequenas árvores. Sou parte da migração para o litoral de São Paulo. Favela, mangues, palafitas, pobreza, miséria, fome. Sou parte, sala de aula e esperança, a violência do dia-dia, do descaso com minha infância. Sou parte, destituída de qualquer futuro. Mas sou o que restou. De tudo que passou, sou a bravura e a coragem dessa pequena mulher, negra, analfabeta, que nunca desistiu de seus filhos, minha mãe. Sou você. O que renasce em mim todos os dias.