quinta-feira, 21 de julho de 2011

NA ESQUINA



Estive na esquina, no entroncamento, por onde passam, se encontram e se perdem em outras esquinas tudo, as pessoas, os carros, os cachorros, os pássaros, o som, as idéias... É nessa esquina, olhando pra todos os lados que fico a me questionar. O que é esse ser, essa palavra: Professor.  Aquele que professa sobre a educação?  Aquele  que reconhece-se enquanto sujeito que tem por dever estar na proa desse barco a gritar o que vem adiante? Seria aquele que fica na sombra de tudo que nos continente do saber, da cultura, dos movimentos sociais e das lutas? Que se esconde na resina do discurso do politicamente correto? Seria esse ser que ancora suas esperanças promissora de novas velas no arpoador da visão reducionista e limitada de mundo e que  não se reconhecendo mais como parte de um coletivo? Ou esse ser, que  precisa sempre estar fazendo a luta, o embate, o questionamento? Precisa sempre estar alimentando essa fogueira, essa roda viva? Dessa esquina, vejo as luzes a piscar, ouço as vozes destoantes, mas preciso ir em frente,  passar por outras esquinas e responder-me, pra entender.